Os criminosos cibernéticos vêm se valendo da comoção pública causada pela pandemia do coronavírus para criar golpes contra a população. Já no dia 22 de Março, oito dias antes da aprovação da ajuda financeira federal, o Ministério da Cidadania denunciava que mensagens prometendo um “auxílio cidadão” de R$ 200,00, que nunca existiu, estavam sendo compartilhadas pelo Whatsapp (leia mais nesse outro post sobre o que é o auxílio emergencial).
Até o dia 25 de Março, o laboratório da startup de segurança digital Psafe, o DFNDR, já tinha identificado 25 diferentes tipos de golpes envolvendo o auxílio emergencial e 6 aplicativos maliciosos. Em comum, eles oferecem falsos benefícios para pessoas, direta ou indiretamente, afetadas pela doença.
Como os criminosos configuram os golpes
Ofertas fraudulentas que prometem não só dinheiro, mas também kits de máscaras, álcool em gel, além de assinaturas grátis em serviços de compartilhamento de conteúdo online (streaming). Em 25 de Março, os acessos aos links fraudulentos compartilhados pelas redes sociais já tinham ultrapassado 2 milhões em apenas sete dias e seguem aumentando.
De acordo com o laboratório, é comum cibercriminosos aproveitarem eventos de grande repercussão e até mesmo de feriados ou festividades para disseminar golpes cibernéticos. O objetivo é roubar dados pessoais e financeiros das vítimas. “Dessa vez, utilizando a pandemia do coronavírus como isca, dezenas de ataques estão sendo criados com o objetivo de enganar a população”, alerta o laboratório, em nota.
O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto Br (Nic.br), do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), também alertou para o crescimento de ameaças à segurança na rede mundial de computadores.
De acordo com o núcleo, as ameaças à segurança dos internautas costumam ser apresentadas na forma de “sedutoras ofertas de aplicativos, informações e serviços que, na verdade, mascaram programas maliciosos, fraudes, furtos de informação e outros tipos de vírus”.
Como se proteger
Em sua página, o Nic.br apresenta uma série de medidas de proteção para os internautas.
A Polícia Federal (PF), bem como as polícias civis de vários estados, como Paraná, Minas Gerais e Ceará, também já alertaram a população para o aumento significativo das ameaças cibernéticas em um momento em que, para evitar a propagação do novo coronavírus, mais pessoas estão acessando a internet, por mais tempo, de suas casas.
A PF recomenda que, para evitar cair em golpes, os internautas que estão à procura de informações sobre as ações e benefícios oferecidos pelos órgãos públicos devem sempre se certificar de estarem acessando as páginas oficiais dos governos. Sites de órgãos públicos costumam ser identificados pelo domínio .gov em seus endereços. Por exemplo: o endereço do site oficial do Ministério da Cidadania é o http://desenvolvimentosocial.gov.br.
Mas também é preciso estar atento aos domínios que tentam imitar os originais, o que pode ser feito com a mera subtração ou substituição de um caractere por outro, como por exemplo o link falso https://agenciabraZil.ebc.com em vez do original https://agenciabrasil.ebc.com.br.
A Polícia Federal recomenda que os internautas não cliquem em links enviados por e-mail, SMS ou aplicativos de mensagens, como Whatsapp, em nome de instituições bancárias e nem forneça dados pessoais, números de cartões de crédito ou senhas por telefone ou em formulários enviados por fontes suspeitas.
As pessoas também devem ficar atentas aos boletos bancários, já que estes podem ser facilmente adulterados. É preciso sempre conferir o nome da empresa credora e o valor cobrado, e entrar em contato com o emissor do boleto, por meio dos canais oficiais, em caso de dúvidas.
Veja também as dúvidas mais frequentes sobre o Auxílio Emergencial nesse post.
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